quarta-feira, 3 de junho de 2015



ALGUNS DADOS SOBRE CRIANÇAS E JOVENS…

EM PORTUGAL:

Segundo dados da Comissão Nacional de Proteção de Crianças e Jovens em Risco, em 2014 registaram-se 1335 crimes de abuso sexual de crianças. É o valor mais elevado dos últimos 10 anos. No ano passado foram detidos 189 suspeitos. Durante o ano de 2014 e até ao passado mês de abril, a Policia Judiciária deteve 64 pessoas por estes crimes.


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Folha do Grupo Justiça e Paz, Junho 2015

sexta-feira, 24 de abril de 2015

#somostodospessoas

Organizações da Igreja Católica pedem
mais atenção para com as vítimas da imigração forçada

Lisboa, 23 abril de 2015 - Consternação e indignação é o sentimento que une várias organizações da Igreja Católica numa manifestação de solidariedade e de alerta para a atual situação de muitos migrantes que têm sido ultrajados na sua dignidade humana ao tentarem atravessar fronteiras à procura das mais básicas condições para a sua sobrevivência.
Este ano, mais de 1500 pessoas morreram no Mar Mediterrâneo, um número 50 vezes superior ao de 2014. Os acontecimentos dos últimos dias, nomeadamente a morte de mais de 700 pessoas que se viram trancadas no porão do navio, e muitos outros já vividos não só no nesta região mas também noutros lugares onde a imigração é considerada irregular face às leis humanas vigentes, obrigam-nos a não ficar calados, sob pena de sermos cúmplices de um verdadeiro massacre que deveria envergonhar o mundo, particularmente os que têm responsabilidades políticas.
Agência Ecclesia, Cáritas Portuguesa, Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP), Comissão Nacional Justiça e Paz, Comissão Nacional Justiça, Paz e Ecologia dos Religiosos, Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, Obra Católica Portuguesa de Migrações, Rádio Renascença , Serviço Jesuíta aos Refugiados e Sociedade de São Vicente de Paulo apelam a todos os portugueses para que, no próximo domingo, dia 26 de abril, coloquem nas suas janelas um pano branco ou usem uma peça de roupa branca e se unam, em oração ou num minuto de silêncio, aos milhares de pessoas que se sentem solidárias com todos os que buscam uma vida melhor para si e para as suas famílias e partem diariamente das suas terras na procura legítima de melhores condições de vida
Em todas as eucaristias celebradas no próximo domingo, será incluída uma prece no momento da Oração dos Fiéis, rogando a Deus que nos ajude a construir “uma só família humana”.
As organizações da Igreja Católica, com o apoio da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, lembram que todas estas pessoas “são pessoas como nós que se vêm obrigadas a fugir do seu país porque vivem situações que ferem gravemente a sua dignidade e colocam em risco a sua sobrevivência e das suas famílias”.
Acreditamos que a União Europeia pode e deve fazer mais por cada uma destas pessoas, nomeadamente, olhando de forma diferente para os seus países de origem. As organizações da Igreja Católica pedem medidas que ultrapassem a excessiva preocupação securitária e de controlo de fronteiras e que se pensem alternativas de maior humanização.
Um gesto tão simples como este que agora se propõem é uma manifestação de indignação e, para além disso, deverá ser entendido como uma adesão pessoal e institucional à realidade vivida nas periferias e o inconformismo com uma cultura do descartável.
“São homens e mulheres como nós, irmãos que procuram uma vida melhor, famintos, perseguidos, feridos, explorados, vítimas de guerras. Procuram uma vida melhor, procuravam a felicidade.” (Papa Francisco)

quarta-feira, 11 de março de 2015

“O aumento da pobreza e das desigualdades – são necessários modelos sociais justos para a solução" - Relatório da crise, 2015 

O relatório da Cáritas Europa sobre o impacto humano que as políticas de austeridade estão a ter sobre as pessoas na União Europeia (UE) revela níveis preocupantes de pobreza e privação nos sete países mais afetados pela crise económica: Chipre, Grécia, Irlanda, Itália, Portugal, Roménia e Espanha. A UE continua a enfrentar a crise em curso centrando-se principalmente sobre as políticas económicas em detrimento das políticas sociais. O fracasso na resposta, concreta e à escala necessária, para ajudar os que apresentam dificuldades, proteger os serviços públicos essenciais e criar emprego, é o principal fator para o prolongamento da crise. O relatório descreve uma Europa injusta, onde os riscos sociais estão a aumentar, os sistemas sociais estão a ser reduzidos, os indivíduos e as famílias estão sob tensão, a coesão social está a desaparecer e a confiança das pessoas nas instituições políticas é cada vez mais fraca. Com este relatório, a Cáritas Europa desafia fortemente o discurso oficial, segundo o qual, o pior da crise económica já passou. A crise ainda não acabou. As opções políticas atuais estão a ter um impacto extremamente negativo sobre as pessoas mais vulneráveis.
Também a Cáritas Portuguesa divulgou os dados referentes a 2014 tendo registado 21.549 novos casos de pessoas em situação de pobreza, um aumento de 15,4% face a 2013. Foram apoiadas 160.608 pessoas, uma média de 440 por mês, e 63.059 famílias, um aumento de 19% face ao ano anterior. Os principais motivos que levam as pessoas e as famílias a solicitarem ajuda são os reduzidos rendimentos e as questões relacionadas com o trabalho. As dívidas com água, gás e alimentação representaram 35% dos atendimentos. O desemprego, o emprego clandestino, o trabalho precário, os salários baixos ou em atraso  totalizaram 23% dos apoios dados. Para Eugénio da Fonseca, presidente da Cáritas, as medidas tomadas pelo governo penalizaram fortemente uma parte da sociedade portuguesa e todo o programa de austeridade foi mal programado. Aumentou em mais de 40% os portugueses que vivem com menos de 2 euros por dia, ou seja, abaixo do limiar da pobreza. Uma situação que se agravou de 2013 para 2014, consequência de uma austeridade mal distribuída.