segunda-feira, 21 de março de 2016

Dia Mundial da Floresta

No dia dedicado à Floresta – 21 de Março – e à sua importância para a Vida na Terra, a reflexão do teólogo Leonardo Boff  sobre  quatro ameaças que pesam sobre a nossa Casa Comum e que exigem de nós especial cuidado.

Ameaças à Mãe Terra e como enfrentá-las

A primeira ameaça é a visão pobre da Terra sem vida e sem propósito dos tempos modernos. Ela foi entregue à exploração impiedosa em vista ao enriquecimento. Tal visão, que trouxe benefícios inegáveis, acarretou também um desequilíbrio em todos os ecossistemas que provocaram a atual crise ecológica generalizada. Nesse afã foram eliminados povos inteiros, como na América Latina, devastaram-se a floresta atlântica e, em parte, a Amazônia e o cerrado.

Em janeiro de 2015, 18 cientistas publicaram, na famosa revista Science, um estudo sobre "Os limites planetários: um guia para um desenvolvimento humano num mundo em mutação”. Elencaram 9 dados fundamentais para a continuidade da vida. Entre eles estavam o equilíbrio dos climas, a manutenção da biodiversidade, a preservação da camada de ozono e o controle da acidificação dos oceanos, entre outras.

Todos estes itens encontram-se em estado de erosão. Mas dois são os mais degradados, a que eles chamam "limites fundamentais”: a mudança climática e a extinção das espécies. O rompimento destas duas fronteiras fundamentais pode levar a civilização ao colapso.

Cuidar da Terra neste contexto significa que, ao paradigma da conquista que devasta a natureza, devemos opor o paradigma do cuidado que preserva a natureza. Este cura as feridas passadas e evita as futuras.

O cuidado leva-nos a conviver amigavelmente com todos os demais seres e a respeitar os ritmos da natureza. Devemos, sim, produzir o que precisamos para viver, mas com cuidado e dentro dos limites suportáveis de cada região e com a riqueza de cada ecossistema. À Terra, como baú de recursos, devemos opor a compreensão atual da Terra como Grande Mãe e Gaia, super-organismo vivo.

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