quarta-feira, 29 de junho de 2016

A SITUAÇÃO MUNDIAL DA CRIANÇA





Relatório Unicef 2016 - “A desigualdade não é inevitável, nem insuperável. O tempo de agir é agora. É urgente esbater as desigualdades que colocam milhões de crianças em perigo e ameaçam o futuro”

O Relatório, divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) na passada terça-feira, dia 28 de Junho, revela que, com base nas tendências atuais, a pobreza, a desigualdade e a miséria vão causar a morte de  69 milhões de crianças com menos de 5 anos,  167 milhões de crianças viverão na pobreza e 750 milhões de meninas serão casadas ainda crianças até 2030, o ano estabelecido como meta dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. As situações mais graves ocorrem na Ásia do Sul e África Subsariana, em países como a Índia, Nigéria, Paquistão, República Democrática do Congo, Angola, Chade, Somália e Guiné Equatorial.

O Relatório documenta que as crianças mais pobres têm duas vezes mais probabilidades de morrer antes dos 5 anos e de serem cronicamente subnutridas, do que as mais ricas. Em grande parte da Ásia do Sul e África Subsariana, crianças nascidas de mães sem escolaridade estão quase três vezes mais sujeitas a morrer antes dos 5 anos de idade do que aquelas cujas mães tenham o ensino secundário e que as meninas das famílias mais pobres são duas vezes mais propensas a casar na infância, do que as meninas de famílias mais ricas. Quando se compara a Serra Leoa com o Reino Unido, as crianças do primeiro país têm 30 vezes mais probabilidades de morrer de subnutrição do que  as do segundo.

De acordo com a Unicef, em nenhum lugar o quadro é mais sombrio do que na África Subsariana, onde, pelo menos, 247 milhões de crianças – ou seja duas em cada três – vivem na pobreza multidimensional, privadas do que precisam para sobreviver e se desenvolver. A continuar a situação atual, em 2030, 9 em cada 10 crianças viverão em pobreza extrema nesta região do mundo.

O documento reconhece alguns progressos, desde a década de 90, na missão de reduzir a dimensão da pobreza e garantir que as crianças vão à escola: as taxas mundiais de mortalidade para menores de 5 anos baixaram para menos de metade, as crianças cumprem o tempo de escola primária em igualdade em 129 países e o número de pessoas que vivem sob pobreza extrema à escala mundial é cerca de metade.

Mas os progressos alcançados não foram uniformes. Se se registaram avanços nalguns países, registou-se também um crescendo nas desigualdades entre Estados e, dentro dos próprios países, entre os mais ricos e os mais pobres.

No capítulo da educação, por exemplo, a desigualdade é acentuada: quase 124 milhões de crianças não recebem educação primária ou ensino secundário inicial e quase duas em cada cinco alunos que completam a escola primária não aprendem a ler, escrever ou como fazer aritmética básica.

Em média, e tendo em consideração a dimensão da população, a desigualdade aumentou 11% entre 1990 e 2010 nos países em desenvolvimento. E mais de 75%  das famílias  vivem em sociedades onde o rendimento é pior repartido do que na década de 90.


Todas as crianças têm direito a um futuro melhor





O vídeo acima faz parte da campanha #FightUnfair - LUTAR CONTRA A INJUSTIÇA – lançada pela UNICEF. Pretende alertar a sociedade para a falta de oportunidade  de um futuro melhor provocado pelas diferenças injustas que sofrem milhares de crianças. Para tentar quebrar o ciclo da pobreza, a organização lança um desafio a todos e a cada um: usar a voz para alertar os familiares, os amigos e conhecidos, para acabar com o estigma que envolve a pobreza e denunciar o que provoca a injustiça no mundo; usar a mente para educar e sensibilizar sobre a forma como os líderes mundiais investem nas crianças mais excluídas ou, pelo contrário, contribuem para um mundo mais dividido; usar a energia para ajudar organizações locais que apoiam crianças e famílias vulneráveis; usar competências adquiridas para se envolver com programas de orientação para crianças e jovens em necessidade; usar a carteira para adquirir produtos de empresas que tratam os seus trabalhadores de modo justo e igual, apoiando negócios locais; usar a influência na sociedade, enquanto cidadão, para saber mais e intervir sobre as políticas utilizadas para combater a pobreza.



São estes os desafios que a UNICEF deixa a todos, em mais esta campanha por um futuro melhor para as crianças no mundo.



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