segunda-feira, 7 de novembro de 2016

ACORDO DE PARIS

Dia 4 de Novembro - entrou em vigor o Acordo de Paris contra a mudança climática.

O que é isso de mudança climática?



As concentrações dos gases de efeito de estufa na atmosfera, principalmente o dióxido de carbono, resultantes sobretudo da queima de combustíveis fósseis (carvão e petróleo), estão a aumentar desde a Revolução Industrial, formando uma espécie de estufa sobre o Planeta, responsável pelo aumento da temperatura global. O ano de 2015 foi o mais quente desde que há registos e os primeiros oito meses de 2016 foram-no ainda mais.

O impacto das alterações climáticas irá comprometer gravemente a produção alimentar em países e regiões que já enfrentam uma alta insegurança alimentar. Se nada for feito, estima-se que a população a viver em pobreza registe um aumento entre 35 a 122 milhões até 2030, devido, sobretudo, aos impactos negativos do aquecimento global no setor agrícola” – denuncia a Organização para a Alimentação e a Agricultura.  Os mais afetados serão as populações nas zonas mais pobres da África subsariana, e do Sul e Sudeste Asiático, especialmente os que dependem da agricultura para viver.

Segundo um estudo publicado pela revista Science, caso sejam mantidos os atuais níveis de emissão, um terço da Espanha vai tornar-se numa paisagem tão árida como o deserto de Tabernas, em Almería. A região do Mediterrâneo sofre um aquecimento superior à média. Enquanto a temperatura média do planeta subiu 0.85oC desde a Revolução Industrial, no Mediterrâneo o aumento foi de 1.3oC, no mesmo período. O ecossistema mediterrâneo atual só poderá ser preservado se o aumento médio de temperatura ficar abaixo de 1.5oC.




Um passo em frente

O Acordo, assinado por 195 países em Dezembro de 2015 e já retificado por mais de 90, prevê uma série de mecanismos e processos para limitar o aquecimento global até ao máximo de 2°C antes do final deste século, para evitar consequências catastróficas. Entre os países que já ratificaram o acordo estão os maiores poluidores, como China, EUA e Índia.

O objetivo é reduzir o risco de maior frequência e gravidade de tempestades, secas prolongadas e severas, subida do nível do mar, redução significativa da produção agrícola (em média 20%, mas em muitos países muito mais acentuada), escassez de água e outras consequências graves.

O acordo vai obrigar a uma revolução do sistema energético global, atualmente assente na queima de combustíveis fósseis, que dentro de duas a três décadas terá de basear-se fortemente em fontes renováveis", explica Francisco Ferreira, presidente da associação ambientalista Zero, sublinhando que "essa revolução terá um grande impacto no nosso estilo de vida, na utilização dos recursos e no consumo". A par "dos objetivos para o desenvolvimento sustentável o acordo vai mudar profundamente o nosso relacionamento como sociedade e com o planeta".

O último relatório do Programa das Nações Unidas para o Ambiente avisa: o Acordo de Paris ajuda a moderar as alterações climáticas, mas, se não tomarmos já medidas adicionais, a começar na Conferência de Marraquexe – COP22 - (que decorre entre os dias 7 e 18 de Novembro em Marrocos), teremos de continuar a lamentar muitas tragédias humanas evitáveis.


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