quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Uma economia para 99%



Os novos dados da ONG Oxfam Internacional são demolidores. Os 8 multimilionários mais ricos do mundo controlam atualmente a mesma quantidade de riqueza que a metade mais pobre da população global. Assim mesmo: 8 homens possuem a mesma riqueza que 3.600 milhões de pessoas. Há 1 ano atrás, eram 62 os mais ricos do mundo que partilhavam a mesma riqueza que metade da população global. Hoje, esse número diminuiu para 8, aumentando o fosso entre ricos e pobres.

A superconcentração de riqueza continua imparável. O crescimento económico somente está beneficiando os que mais têm. Os restantes, a grande maioria de cidadãos de todo o mundo, e especialmente os setores mais pobres, estão a ficar à margem da reativação da economia.

O panorama é igualmente sombrio em todas as regiões do planeta, como se exemplifica no relatório:
- No Vietname o homem mais rico do país ganha num dia mais do que a pessoa mais pobre em 10 anos.
- Nos Estados Unidos, nos últimos 30 anos, os rendimentos dos 50% mais pobres da população foram congelados enquanto os rendimentos  do 1% mais rico aumentou 300%.
- A soma dos salários anuais de 10.000 trabalhadores das fábricas têxteis de Bangladesh equivale ao salário do CEO de qualquer empresa incluída no índice da Bolsa de Valores de Londres.
- Na Índia, o CEO da principal empresa de tecnologia do país ganha 416 vezes mais  do que um trabalhador médio do grupo. Para diminuir custos, algumas empresas recorrem ao trabalho forçado ou em condições de escravidão. As mulheres e as meninas são exploradas nas condições mais precárias e são a categoria pior remunerada.
- Em 2015, as dez maiores empresas do mundo obtiveram uma faturação superior à receita total dos governos de 180 países.
- No Quénia, as isenções fiscais das grandes empresas petrolíferas geram perdas anuais de 1,1 bilião de dólares, valor  que representa o dobro dos investimentos na saúde, num país caracterizado pela alta probabilidade de morte materna durante o parto.
- Estima-se em 14 biliões de dólares por ano os prejuízos em África resultantes da utilização de paraísos fiscais pelos bilionários. Valor que seria suficiente para garantir cuidados de saúde e salvar a vida de 4 milhões de crianças por ano, ou para permitir a escolaridade em todo o continente.

Alerta a Oxfam: “Quando 1 em cada 10 pessoas no mundo sobrevive com menos de 2 dólares por dia, a imensa riqueza acumulada por uns poucos é obscena. A desigualdade está a mergulhar na pobreza centenas de milhares de pessoas, fraturando as sociedades e debilitando a democracia.

Por todo o mundo, muitos estão a ser postos de lado: salários estagnados enquanto as remunerações dos dirigentes das empresas disparam; o desinvestimento em serviços básicos como saúde e educação enquanto as grandes empresas e as grandes fortunas conseguem reduzir ao mínimo a sua contribuição fiscal; governos que ignoram as suas vozes e escutam embevecidos as grandes empresas e as elites milionárias”.

É tempo de criar uma economia humana que beneficie toda a gente e não apenas um punhado de privilegiado. A forma como as nossas economias estão delineadas e os seus princípios, trouxeram-nos a um ponto extremo, injusto e insustentável. A nossa economia tem de parar de compensar excessivamente os que estão no topo e começar a trabalhar para toda a gente. Está na hora de encontrar uma alternativa. É possível avançar para uma economia mais humana.”


domingo, 15 de janeiro de 2017

Dia Mundial do Migrante e Refugiado



Migrantes de menor idade, vulneráveis e sem voz’ é o tema da mensagem assinada por Francisco para o 103.º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que a Igreja Católica assinala este domingo.

“(…) sinto o dever de chamar a atenção para a realidade dos migrantes de menor idade, especialmente os deixados sozinhos, pedindo a todos para cuidarem das crianças que são três vezes mais vulneráveis – porque de menor idade, porque estrangeiras e porque indefesas – quando, por vários motivos, são forçadas a viver longe da sua terra natal e separadas do carinho familiar.
Hoje, as migrações deixaram de ser um fenómeno limitado a algumas áreas do planeta, para tocar todos os continentes, assumindo cada vez mais as dimensões dum problema mundial dramático. Não se trata apenas de pessoas à procura dum trabalho digno ou de melhores condições de vida, mas também de homens e mulheres, idosos e crianças, que são forçados a abandonar as suas casas com a esperança de se salvar e encontrar paz e segurança noutro lugar. E os menores são os primeiros a pagar o preço oneroso da emigração, provocada quase sempre pela violência, a miséria e as condições ambientais, fatores estes a que se associa também a globalização nos seus aspetos negativos. A corrida desenfreada ao lucro rápido e fácil traz consigo também a propagação de chagas aberrantes como o tráfico de crianças, a exploração e o abuso de menores e, em geral, a privação dos direitos inerentes à infância garantidos pela Convenção Internacional sobre os Direitos da Infância.

(…) de entre os migrantes, as crianças constituem o grupo mais vulnerável, porque, enquanto assomam à vida, são invisíveis e sem voz: a precariedade priva-as de documentos, escondendo-as aos olhos do mundo; a ausência de adultos, que as acompanhem, impede que a sua voz se erga e faça ouvir. Assim, os menores migrantes acabam facilmente nos níveis mais baixos da degradação humana, onde a ilegalidade e a violência queimam numa única chama o futuro de demasiados inocentes, enquanto a rede do abuso de menores é difícil de romper.

Como responder a esta realidade?
Em primeiro lugar, tornando-se consciente de que o fenómeno migratório não é alheio à história da salvação; pelo contrário, faz parte dela. Relacionado com ele está um mandamento de Deus: «Não usarás de violência contra o estrangeiro residente nem o oprimirás, porque foste estrangeiro residente na terra do Egito» (Ex 22, 20); «amarás o estrangeiro, porque foste estrangeiro na terra do Egito» (Dt 10, 19). Este fenómeno constitui um sinal dos tempos, um sinal que fala da obra providencial de Deus na história e na comunidade humana tendo em vista a comunhão universal. Embora sem ignorar as problemáticas e, frequentemente, os dramas e as tragédias das migrações, bem como as dificuldades ligadas com o acolhimento digno destas pessoas, a Igreja encoraja a reconhecer o desígnio de Deus também neste fenómeno, com a certeza de que ninguém é estrangeiro na comunidade cristã, que abraça «todas as nações, tribos, povos e língua» (Ap 7, 9). Cada um é precioso – as pessoas são mais importantes do que as coisas – e o valor de cada instituição mede-se pelo modo como trata a vida e a dignidade do ser humano, sobretudo em condições de vulnerabilidade, como no caso dos migrantes de menor idade.
Além disso, é preciso apostar na proteção, na integração e em soluções duradouras.”



Também a UNICEF, em  Comunicado de Imprensa de 13 de janeiro, alerta para este grave problema: Cerca de 25.800 crianças não acompanhadas ou separadas chegaram a Itália por mar em 2016 – mais do dobro das que chegaram no ano anterior (12.360). Estas crianças representam 91% do total de 28.200 menores de 18 anos que chegaram às costas italianas em 2016 como refugiados ou migrantes.

Estes dados mostram uma tendência alarmante de aumento do número de crianças especialmente vulneráveis que arriscam a vida para chegar à Europa,” afirmou Lucio Melandri, responsável da UNICEF no terreno. “Os sistemas atualmente em prática não estão a proteger devidamente estas crianças que se vêm sozinhas num ambiente completamente desconhecido. E porque estão em movimento, é necessária uma resposta europeia coordenada para as manter a salvo.”

A maioria destas crianças não acompanhadas ou separadas que chegaram no ano passado são oriundas de apenas quatro países: Eritreia, Egipto, Gâmbia e Nigéria. Embora a maioria sejam rapazes entre os 15 e os 17 anos, têm chegado também crianças mais jovens e raparigas. Especialmente as raparigas correm o risco de exploração e abuso sexual, incluindo exploração sexual para fins comerciais por parte de grupos criminosos organizados. No início deste ano, várias raparigas entrevistadas por funcionários da UNICEF em Palermo, disseram ter sido forçadas à prostituição na Líbia para pagar a travessia do Mediterrâneo. Por outro lado, muitos dos rapazes que chegam à Líbia são também obrigados a trabalhar em serviços pesados.
A rota do Mediterrâneo Central entre o Norte de África e Itália é diferente devido à elevadíssima percentagem de crianças não acompanhadas e separadas entre os refugiados e migrantes que por ela seguem.

A presença de um número tão elevado de crianças não acompanhadas ou separadas na rota do Mediterrâneo Central não tem precedentes e é perfeitamente claro que estamos perante um problema gravíssimo e que tem vindo a crescer. Para além da necessidade de combater as causas que estão a forçar estas crianças a deixar as suas casas e a viajar sozinhas, é necessário desenvolver um sistema de proteção e monitorização que seja eficaz.

A Amnistia Internacional, por sua vez, denuncia que milhares de refugiados estão encurralados nas ilhas gregas, forçados a viver em tendas sem condições. Homens, mulheres e crianças sobrevivem em tendas cobertas de neve, enfrentando temperaturas negativas, literalmente abandonados ao frio às portas da Europa.

E apela à assinatura duma  PETIÇÃO dirigida ao primeiro-ministro português, António Costa, e ao presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, para que dêem prioridade às vidas das pessoas ao invés das políticas da União Europeia e que façam todos os esforços para que os refugiados possam ser transferidos destas ilhas para outros países na Europa. 


terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Colocar no centro a dignidade da pessoa humana



O Papa Francisco recebeu, no passado dia 9, o corpo diplomático acreditado junto da Santa Sé. Alguns extratos do seu discurso:

“Gostaria de dedicar o encontro de hoje ao tema da segurança e da paz, pois considero que, no clima de geral apreensão pelo presente e de incerteza e angústia pelo futuro em que estamos mergulhados, é importante dirigir uma palavra de esperança, que indique também perspetivas de caminho.

“Se, para muitos, a paz aparece hoje de certo modo como um bem indiscutido, quase um direito adquirido a que já não se presta grande atenção, para outros é apenas uma miragem distante. Milhões de pessoas vivem ainda no meio de conflitos insensatos. Mesmo em lugares outrora considerados seguros, nota-se uma sensação geral de medo. Com frequência somos surpreendidos por imagens de morte, pela dor de inocentes que imploram ajuda e consolação, pelo luto de quem chora uma pessoa querida por causa do ódio e da violência, surpreendidos pelo drama dos deslocados que fogem da guerra ou dos migrantes que morrem tragicamente.

Por isso, gostaria de dedicar o encontro de hoje ao tema da segurança e da paz, pois considero que, no clima de geral apreensão pelo presente e de incerteza e angústia pelo futuro em que estamos mergulhados, é importante dirigir uma palavra de esperança, que indique também perspetivas de caminho.”

“Desejo expressar a convicção de que cada autoridade política não se deve limitar a garantir a segurança dos seus cidadãos – conceito que facilmente se pode identificar com um simples «viver tranquilos» – mas sinta-se chamada também a fazer-se verdadeira promotora e obreira de paz. A paz é uma «virtude ativa», que requer o empenho e a cooperação de cada indivíduo e do corpo social no seu todo. Como observava o Concílio Vaticano II, «a paz nunca se alcança duma vez por sempre, antes deve estar constantemente a ser edificada», tutelando o bem das pessoas, respeitando a sua dignidade. A sua edificação requer, antes de mais nada, que se renuncie à violência na reivindicação dos próprios direitos. Foi precisamente a este princípio que quis dedicar a Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2017, intitulada: «A não-violência: o estilo duma política para a paz», para lembrar, antes de mais nada, que a não-violência é um estilo político, baseado na primazia do direito e da dignidade de toda a pessoa.

Edificar a paz exige também «eliminar as causas das discórdias entre os homens, que são as que alimentam as guerras», a começar pelas injustiças. Com efeito, existe uma ligação íntima entre justiça e paz.”

“É preciso um empenho comum em favor de migrantes, deslocados e refugiados, que permita proporcionar-lhes um acolhimento digno. Isto implica saber conjugar o direito de cada ser humano a «transferir-se para outras comunidades políticas e nelas domiciliar-se» e, ao mesmo tempo, garantir a possibilidade duma integração dos migrantes nos tecidos sociais onde se inserem, sem que estes sintam ameaçada a sua segurança, a própria identidade cultural e os seus próprios equilíbrios político-sociais. Por outro lado, os próprios migrantes não devem esquecer que têm o dever de respeitar as leis, a cultura e as tradições dos países onde são acolhidos.

Uma abordagem prudente por parte das autoridades públicas não envolve a implementação de políticas de fechamento aos migrantes, mas implica avaliar, com sabedoria e clarividência, até que ponto o seu país é capaz, sem lesar o bem comum dos cidadãos, de oferecer uma vida decente aos migrantes, especialmente àqueles que têm real necessidade de proteção. Sobretudo não se pode reduzir a dramática crise atual a uma simples contagem numérica. Os migrantes são pessoas com nomes, histórias, famílias, e não poderá jamais haver verdadeira paz enquanto existir um único ser humano que é violado na sua identidade pessoal e reduzido a mero número estatístico ou a um objeto de interesse económico.

“Penso nos adolescentes que sofrem as consequências do conflito atroz na Síria, privados das alegrias da infância e da juventude: desde a possibilidade de brincar livremente até à oportunidade de ir à escola. Eles e todo o querido povo da Síria estão constantemente presentes no meu pensamento, ao mesmo tempo que apelo à comunidade internacional para que se esforce com diligência por dar vida a uma negociação séria que ponha termo definitivamente ao conflito, causador de um verdadeiro e próprio desastre humanitário. Cada uma das partes em causa deve considerar como prioritário o respeito pelo direito humanitário internacional, garantindo a proteção dos civis e a assistência humanitária necessária à população. O desejo comum é que a trégua recentemente assinada possa ser um sinal de esperança para todo o povo sírio, que dela tem profunda necessidade.

Isto requer também que se trabalhe por erradicar o perverso comércio das armas e a insistência constante de se produzir e disseminar armamentos cada vez mais sofisticados.”

“Inimiga da paz é a ideologia que se vale dos problemas sociais para fomentar o desprezo e o ódio e que vê o outro como um inimigo a aniquilar. Infelizmente assomam, de contínuo, no horizonte da humanidade novas formas ideológicas. Mascarando-se como portadoras de bem para o povo, o que realmente deixam atrás de si é pobreza, divisões, tensões sociais, sofrimento e, por vezes, também morte. Ao invés, a paz conquista-se com a solidariedade. A partir dela germina a vontade de diálogo e a colaboração, que encontra na diplomacia um instrumento fundamental.

“Mas edificar a paz significa também empenhar-se ativamente no cuidado da criação. O Acordo de Paris sobre o clima, que entrou recentemente em vigor, é um sinal importante do compromisso comum para deixar a quem vier depois de nós um mundo belo e habitável. Espero que o esforço empreendido nos últimos anos para enfrentar as alterações climáticas encontre uma cooperação cada vez mais ampla de todos, já que a Terra é a nossa casa comum e é preciso considerar que as opções de cada um têm repercussões na vida de todos.


“A paz é um dom, um desafio e um compromisso. Um dom porque brota do próprio coração de Deus; um desafio porque é um bem que nunca é um dado adquirido mas deve ser continuamente conquistado; um compromisso, porque requer, na sua busca e construção, o trabalho apaixonado de todas as pessoas de boa vontade. Por isso só há verdadeira paz a partir duma visão do homem que saiba promover o seu desenvolvimento integral, tendo em conta a sua dignidade transcendente, já que «o desenvolvimento – como recordava o Beato Paulo VI – é o novo nome da paz». Assim os meus votos para o ano há pouco iniciado são estes: que possam aumentar entre os nossos países e seus respetivos povos as ocasiões para trabalhar juntos e construir uma paz autêntica.

Texto Integral  AQUI

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Música para a Esperança


Tocar piano debaixo das bombas na esperança da paz



«Quando comecei a tocar o piano nas ruas de Yarmouk, entre os palácios esventrados pelas bombas, fi-lo porque vivíamos numa situação terrível e as pessoas, sobretudo as crianças, precisavam de escutar o som da música e não apenas o das explosões. Todos precisávamos de nos agarrar a uma esperança. É certo que então não imaginava que conseguiria fugir daquele pesadelo. Para dizer a verdade, pensava que talvez pudesse tocar por dois, três dias e que depois a minha vida, de repente, acabaria debaixo das ruínas de um qualquer edifício atingido por uma bomba

Quem assim fala é Aeham Ahmad, o pianista de Yarmouk, na Síria, cujos vídeos dos seus concertos entre as ruínas, há dois anos, deram a volta ao mundo. Agora é ele - que há mais de um ano vive em Wiesbaden, na Alemanha - que dá a volta ao mundo, dedicando aos sírios - «que querem viver livres mas não têm qualquer voz» - o primeiro álbum das suas composições, que intitulou "Música para a esperança". 

Se em Yarmouk, onde nasceu há 28 anos numa família de deslocados palestinianos, a sua música era uma forma de resistência à guerra, um instrumento para dar alívio ao estrondo dos bombardeamentos, os seus concertos são hoje um testemunho. «Eu toco e canto a tragédia da Síria. Não apenas aquelas que contam os jornais sobre os combates entre o Estado Islâmico, a Frente Al-Nusra, o exército de Assad, os russos: eu canto sobretudo a resistências da gente que quer viver, que gostaria de sair do horror em que caiu há anos. A minha é uma música de inspiração clássica - nas ruas comecei a tocar Beethoven, que estudei no Conservatório de Damasco - juntamente com os versos e as melodias do canto árabe, mas as palavras das minhas composições narram um drama atual e terrível».

Para Aeham Ahmad a Síria é o terreno de confronto de interesses estratégicos, económicos e políticos. «Eu vi isso com os meus próprios olhos no inferno de Yarmouk. A guerra não é do povo sírio, é contra o povo sírio. As pessoas normais querem viver em paz. Aqueles que combatem são grupos financiados e enquadrados por potências externas, mas aqueles que morrem são os sírios. Nós somos as primeiras vítimas do terrorismo e da violência. E a trágica contabilidade do conflito demonstra-o, ainda que dos mais de 400 mil mortos não se fale muito nos jornais. Para isolar os terroristas é preciso interromper o fornecimento de armas, prestar atenção aos tráficos de petróleo, não subvalorizar o papel dos combatentes estrangeiros, que são milhares. Um grande erro é a ilusão de poder manipular grupos de milicianos: um dia é certo que eles se virarão contra quem os apoiou. Disso sabe algo a Turquia, que é vítima desta lógica perversa».


Mas a música pode ajudar num drama destas proporções? «Talvez a música não chegue. Mas também a música pode servir para fazer compreender a tragédia que se está a consumar. Pelo menos é esta a minha esperança: a mesma esperança que me impelia a tocar o piano montado na carreta do meu tio debaixo das bombas nas ruas devastadas de Yarmouk».



domingo, 1 de janeiro de 2017

DIA MUNDIAL DA PAZ




Da Mensagem do Papa Francisco para o 50º Dia Mundial da Paz:


“Almejo paz a todo o homem, mulher, menino e menina, e rezo para que a imagem e semelhança de Deus em cada pessoa nos permitam reconhecer-nos mutuamente como dons sagrados com uma dignidade imensa. Sobretudo nas situações de conflito, respeitemos esta dignidade mais profunda e façamos da não-violência ativa o nosso estilo de vida. (…) Sejam a caridade e a não-violência a guiar o modo como nos tratamos uns aos outros nas relações interpessoais, sociais e internacionais. Desde o nível local e diário até ao nível da ordem mundial, possa a não-violência tornar-se o estilo caraterístico das nossas decisões, dos nossos relacionamentos, das nossas ações, da política em todas as suas formas”.