quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

UTOPIA

Cidade
Sem muros nem ameias
Gente igual por dentro
Gente igual por fora
Onde a folha da palma
afaga a cantaria
Cidade do homem
Não do lobo, mas irmão
Capital da alegria

Braço que dormes
nos braços do rio
Toma o fruto da terra
É teu a ti o deves
lança o teu desafio

Homem que olhas nos olhos
que não negas
o sorriso, a palavra forte e justa
Homem para quem
o nada disto custa
Será que existe
lá para os lados do oriente
Este rio, este rumo, esta gaivota
Que outro fumo deverei seguir
na minha rota?


Insisto não ser tristeza  -  nos 30 anos da morte de José Afonso

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Dia Mundial da Justiça Social


Criado, em 2007, pela Assembleia Geral das Nações Unidas, o Dia Mundial da Justiça Social - 20 de Fevereiro - tem por objetivo apoiar os esforços da comunidade internacional para a erradicação da pobreza, a promoção do trabalho digno, a igualdade de género, o bem-estar e justiça para todos.

Torna-se inevitável falar hoje de Justiça Social face ao agravamento das desigualdades, quer dentro de muitos países quer entre países. Um estudo recente da organização Oxfam denunciava que 1% da população mundial detém uma riqueza equivalente aos restantes 99% e oito pessoas detêm uma riqueza equivalente à da metade mais pobre de toda a população mundial.

A Justiça Social baseia-se na igualdade de direitos para todos os povos e a oportunidade para que todos os seres humanos, sem discriminação, possam beneficiar do progresso económico e social em todo o mundo.

Promover a Justiça Social significa destruir as barreiras que as pessoas enfrentam devido ao seu género, idade, raça, religião, cultura ou deficiência. Significa combater o desemprego e a pobreza  que tornam ainda mais difícil a integração social.


Para tal, precisamos de adotar uma nova visão para a economia e a sua relação com o resto do mundo. Uma economia que respeite os limites do planeta, que coloque o bem-estar humano num contexto de laços sociais e de justiça e que reconheça que o seu objetivo final é alcançar um bem-estar sustentável e não um consumismo descontrolado.






sábado, 18 de fevereiro de 2017

Repensar o trabalho e o emprego



“Repensar o trabalho é uma reflexão que se impõe para enfrentar os desafios presentes e os do futuro. Foi através do trabalho que o ser humano, ao longo dos tempos, se organizou e se socializou, definindo o trabalho/emprego como um direito inalienável e indispensável. As mudanças que se estão desde já a sentir e que têm sido atribuídas à conjugação do aprofundamento da globalização com o avanço tecnológico, bem como as que se perspectivam para o futuro, estão a provocar alterações na produção e, consequentemente, no trabalho. Tais alterações questionam os modelos tradicionais e colocam questões a que é preciso responder, designadamente no que respeita à coesão social.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho, o mundo do trabalho é o teatro de uma mutação profunda, num período em que a economia mundial não cria empregos suficientes… E ao desemprego massivo, junta-se a profunda transformação que conhece a relação de trabalho, portadora de novos desafios a vencer.

Nas economias avançadas, a recuperação dos postos de trabalho está a fazer-se lentamente, mas o emprego permanece bem abaixo dos níveis antes da crise, em muitos países da OCDE, especialmente na Europa. De acordo com esta organização, o tempo está a esgotar-se para evitar que as cicatrizes da crise se tornem permanentes, com milhões de trabalhadores apanhados na armadilha da permanência no fundo da escada económica. O longo legado da crise terá feito subir as desigualdades e existe o perigo do aumento do número de trabalhadores no desemprego crónico ou movendo-se entre o desemprego e os empregos precários e mal pagos.

Contudo, são cada vez mais os que defendem que a nova agenda para o trabalho, que tem vindo a desenvolver-se desde há alguns anos, não se deve fundamentalmente à crise, mas que se faz sentir antes de 2008, e se traduziu no declínio da protecção legal do trabalho e na desvalorização dos salários e das qualificações. A agenda política teria aproveitado a crise para introduzir alterações significativas ao modelo de funcionamento do mercado de trabalho”.

Assim começa um documento de reflexão de Eduarda Ribeiro e João Lourenço no âmbito da iniciativa Economia e Sociedade – Pensar o futuro.

Com as novas tecnologias, a digitalização, a globalização e a financeirização, qual o lugar do trabalho humano e o emprego? Como assegurar uma repartição justa do rendimento gerado? Como harmonizar, no futuro, o trabalho com dignidade humana, realização pessoal, segurança social, participação e coesão social? Que mecanismos desenvolver para acomodar, de modo positivo, uma transição civilizacional que se vislumbra tumultuosa?

De acordo com a OIT, a evolução do mundo do trabalho, independentemente do que pensamos sobre o assunto, é o resultado de uma multiplicidade de decisões tomadas aos níveis nacional e internacional, tanto na esfera pública como privada e em todos os domínios. Do mesmo modo, e apesar da dinâmica da mudança já observada e de algumas realidades duras, o futuro do trabalho será o que fizermos dele.

Por isso a OIT (Organização Internacional do Trabalho) propôs várias iniciativas, entre quais se conta A Iniciativa sobre o futuro do trabalho, que se desenvolverá até 2019 e que pretende reunir um vasto conjunto de contributos que tornem possível uma reflexão sobre o futuro do trabalho.

O documento na integra pode ser lido  AQUI

(Fonte: http://areiadosdias.blogspot.pt/2017/02/repensar-o-trabalho-e-o-emprego.html)

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Dois refugiados, duas gerações, duas histórias

Ahmed, 12 anos, é de Damasco na Síria. Harry, 92 anos, é natural de Berlim na Alemanha. Têm em comum serem refugiados. O primeiro da guerra da Síria, o segundo da II Guerra Mundial. Num pequeno filme da Unicef, mostram, de forma muito clara, os desafios que as crianças refugiadas continuam a enfrentar.

Os dois contam as suas histórias pessoais, o abandono forçado das suas casas e as suas penosas deslocações em busca de segurança. Apesar dos 80 anos que as separam, as duas histórias têm muitas semelhanças.

Ahmed e Harry descrevem detalhes terríveis das suas experiências, entre os quais ataques a casas e escolas, a fuga como alternativa à morte, e as perigosas viagens por terra e mar. Harry acabou por encontrar refúgio no Reino Unido, onde vive desde então, enquanto Ahmed encontrou segurança na Suécia, onde se reuniu com a sua família e está agora de regresso à escola.





As necessidades dos refugiados nunca foram tão grandes. Agora, mais do que nunca, precisam do nosso apoio. Esperamos que este vídeo sirva para lembrar que por trás dos títulos que fazem as notícias estão histórias individuais de crianças. Nem refugiados, nem migrantes, mas crianças, cujo sonho mais imediato é a segurança e a possibilidade de um futuro mais promissor”, refere a Diretora de Comunicação da Unicef.

Em todo o mundo, há perto de 50 milhões de crianças desenraizadas – das quais 28 milhões foram “arrancadas” das suas casas devido a conflitos para os quais não contribuíram minimamente. E muitos outros milhões migraram na esperança de encontrar uma vida melhor e mais segura. Frequentemente traumatizadas pelos conflitos e pela violência dos quais fogem, estas crianças encontram novos perigos pelo caminho – morte ou ferimentos durante as viagens por terra e por mar, má nutrição e desidratação, tráfico, rapto e até homicídio.