sábado, 27 de janeiro de 2018

Em Memória das Vítimas do Holocausto


Isto é o Inferno. Hoje nos nossos dias, o Inferno deve ser assim, um lugar grande e vazio, e nós cansados de estar de pé, com uma torneira a pingar água que não se pode beber, esperamos algo sem dúvida terrível e nada acontece e continua a não acontecer nada. Como pensar? Já não se pode pensar, é como estar já morto” - Primo Levi, sobrevivente de Auschwitz

Neste dia, há 73 anos, foi libertado o campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, . símbolo maior da barbárie nazi. Um milhão e meio de pessoas foram ali assassinadas.

Durante o Holocausto foram mortas mais de 60 milhões de pessoas em mais de 50 campos de concentração. As vítimas não foram apenas judeus. Foram presos e torturados membros da oposição, prisioneiros de guerra, homossexuais, ciganos, pessoas com deficiência. Qualquer pessoa que discordasse do regime nazi ou que não fosse considerado apto para viver no Terceiro Reich era levado para os campos de morte e isto incluiu também muitos alemães. 

O Holocausto ficou marcado pela morte e sofrimento, mas também pela inação e indiferença das pessoas. Como foi possível? O mundo sabia e não fez nada. A propaganda do regime nazi, apoiada em sentimentos de frustração e injustiça, conseguiu mobilizar a opinião pública e exacerbar o ódio e a intolerância, fazendo com que as pessoas perdessem os seus valores enquanto seres humanos.

Neste dia recorda-se também que continuam hoje a existir muitos conflitos e injustiças, alguns novos holocaustos, que são possíveis pela apatia e inação da grande maioria das pessoas. Edmund Burke disse “A única coisa necessária ao triunfo do mal é que os homens bons não façam nada”. 

 “Eu suplico-vos
fazei qualquer coisa
aprendei um passo
uma dança
alguma coisa que vos justifique
que vos dê o direito
de vestir a vossa pele o vosso pelo
aprendei a andar e a rir
porque será completamente estúpido
no fim
que tantos tenham sido mortos
e que vós viveis
sem nada fazer da vossa vida.”

Charlotte Delbo, sobrevivente de Auschwitz


Sem comentários:

Enviar um comentário